Detalhes tão pequenos de nós dois

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A casa da minha infância

Simples, mas logo na entrada, um belo jardim enchia os olhos de felicidade, sem contar que pela janela um cheirinho delicioso de pão feito na hora com manteiga derretendo aguçava o paladar. Na cozinha, uma mulher pequena e linda não parava um só instante, aqui e ali, com a sua lida diária para manter a casa em ordem.
No fundo, um abacateiro era um bom ouvinte. Assistia a risos e lágrimas, poesias declamadas ao luar, de vez em quando a conjugação do verbo amar. Quando chegava às três horas aquela voz suave, mas firme chamava: " filha, o café está pronto". Acordava dos meus eternos sonhos e subia os dezesseis graus aos pulos, tão certa estava da delícia que se encontrava na mesa.
Hoje, já não existe aquela sensação de alegria, a casa não está mais completa, falta ela, a mãe que fazia um ovo virar um banquete. Mesmo assim, a saudade é um sentimento que me faz crer que a minha infância foi uma época intensa e repleta de amor.


  Elaine Oliveira





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Retrato

"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?" Cecília Meireles

Paisagem

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Ieda